quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Idiossincrasia Nacional

*: Idiossincrasia - Relativo a comportamento, modo de agir e pensar de uma pessoa ou grupo.

Pois bem, depois de mais de um mês sem escrever merda nenhuma, estou de volta com isso aqui. A ideia desse post já estava em minha mente há muito tempo, e só não tinha sido escrita ainda por pura preguiça da minha parte (o motivo pelo qual esse blog não angariou qualquer visita frequente. Um espaço que continua na primeira página depois de 3, 4 meses, realmente merece o ostracismo). A introdução que seguirá, já tá fora de tempo e contexto, mas não consigo pensar em outro jeito de iniciar esse post. Enfim, vamos lá, com essa desgraça.

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Há algum tempo atrás, uns dois meses mais ou menos, o Brasil teve, novamente, o carnaval, essa famosa celebração que, ao contrário do que alguns da mídia gostam de dizer, não é unânime.
Não, definitivamente não é, e sou eu um desses que não liga pro carnaval. A ideia de festa, e sei lá o quê, e vou ficar em coma alcoólico, e vou pegar herpes muito etc etc, não é algo com que eu me identifique, pelo menos não por enquanto, embora eu sinta alguma certeza de que ouvir música ruim nunca vai ser algo que eu vou planejar fazer. Carnaval no Rio, carnaval de clube, carnaval de bloco, carnaval em Salvador (bateu um nojo agora, taqueopariu) não são meu ideal de lugar pra ir e passar o tempo.

Mas tudo ok por mim.

Se a sentença de cima pareceu meio inesperada, essa era minha intenção, (se logrei êxito nisso, já é outra história), tinha que ser assim mesmo.

O objetivo desse post não é criticar (mais uma vez) coisas como o carnaval, o futebol, a novela, o samba, os políticos e tantas outras coisas que são sempre escolhidas pra serem criticadas. Na verdade, ao invés de criticar o criticado (como sempre se faz), vou criticar a crítica em si (isso fico repetitivo pra caralho, mas acho que deu pra entender). Vou voltar agora ao assunto do segundo parágrafo

As críticas a respeito do carnaval são, rigorosamente, sempre as mesmas: Ele paralisa o país, o ano só começa depois dele, é por isso que o país está assim...
A bem da verdade, as críticas sobre o Carnaval não são sempre as mesmas, as críticas sobre qualquer coisa característica desse país (futebol é o exemplo maior) levam sempre esses mesmos argumentos, muito fracos por sinal. Eles caem porque a base deles é fraquíssima, pra todos há algum argumento/exemplo que acaba por derrubá-los, se você acha que não é bem assim, vejamos então:

  • "O Carnaval é uma mostra de como o Brasil não vai pra frente, as pessoas ao invés de se preocuparem com o que importa mesmo, ficam aí de festinha": Bom, essa ideia parece, pra mim, sugerir que nenhuma comemoração, nenhuma festividade deva existir. Será esse um mundo onde apenas o trabalho, apenas o sério, somente a obrigação e o necessário interessem? Não sei quanto a você, mas eu (mesmo não gostando de carnaval) não quero viver nessa distopia.
  • "Os políticos brasileiros são corruptos, ineficazes e não fazem nada pelo povo, estamos mal representados." Essa resposta a seguir já foi dada milhares de vezes (e você certamente já a viu em algum outro lugar), repitamos ela, mesmo assim. Os políticos estão representando seu povo. É simples assim. Não vou dizer que todos que reclamam dos políticos façam o que listar a seguir (e tampouco compactuo com as atitudes de "nossos" representantes), mas se as atitudes da classe polítca fossem as de uma minoria, seria impossível eles seguirem se mantendo lá, depois de mais de 20 anos de uma dita democracia, a maioria honesta votaria eles pra fora de onde não merecem estar. Não vemos isso acontecendo, vemos pessoas que gostam de fazer "esquemas", que querem e buscam passar por cima das leis, das normas e das convenções; pessoas que acima de tudo querem tirar vantagem dos outros, e que se sentem ao conseguir fazê-lo, que tentam "convencer" a autoridade a fazer vista grossa sempre que cometem alguma irregularidade, mas que ainda assim reclamam da política. Sim, reclamam, na maior hipocrisia, "Ah, mas eles são políticos, tem que dar o exemplo a sociedade", meu caro, esses políticos são VOCÊ naquele lugar, você, falso moralista, bem que queria estar no lugar deles, e faria tudo igual se conseguisse. Você pede pra lei ser cumprida e fica indignado sempre que ganha uma multa, você reclama da putaria mas tá lá fazendo justiça com as próprias mãos todo santo dia, quer rigor, pena de morte, o caralho a quatro, mas vai mudar de opinião se alguém próxima for condenado a execução. Você quer tudo correto e como tem que ser, exceto pra sua própria pessoa. VOCÊ está sustentando essa merda e se você e outros assim não mudarem de atitude, certamente seguiremos nesse marasmo. (Caso você não tenha se identificado com nada disso, parabéns, continue desse modo).
  •  "O futebol aliena o brasileiro, fica se importando com isso ao invés de ligar pra política.": Esse argumento vale pra qualquer esporte na verdade, e pode ser desmascarado pelo exemplo, veja só - Você, provavelmente deve considerar países como o Canadá, o Reino Unido, a Alemanha e a Holanda como bons lugares certo? Se a resposta for sim pra algum deles, pense o seguinte: em algum desses lugares as pessoas não se importam com esportes? Não, em todos esses lugares há alguma preferência nacional nesse quesito, os canadenses gostam muito de hockey, os ingleses curtem rugby, além do futebol, que os holandeses, alemães (e o mundo inteiro, basicamente) gostam muito. Isso impediu-os de se tornarem países desenvolvidos? Não. Então não sei porque impediria a nós de alcançar tal feito, não somos tão especiais assim.
  • "A cultura brasileira é uma merda, só tem música ruim e putaria": a cultura brasileira de massa é realmente horrível, mas isso acontece em outros lugares também, esse entreteinimento genérico para o povão que vemos por aí na mídia geralmente deixa a desejar em qualidade, seja aqui, seja na Europa, seja nos EUA ou seja na China. A verdade é que o Brasil tem sim coisas de qualidade, a MPB, da qual eu não sou muito fã, tem coisas boas, o rock nacional também, o que dizer então do samba e da bossa nova? O Brasil é um país imenso e diverso, então creio que tenhamos coisas para todos os gostos aqui.
  • "As coisas não funcionam no Brasil, esse 'jeitinho brasileiro' é nossa condenação, se fôssemos como os alemães/japoneses/ingleses/americanos não seríamos assim": Embora discorde quanto aos americanos, vejo alguma consistência nesse argumento, porém não vejo ele sendo aplicado num futuro próximo (e nem consigo imaginar como chegaríamos algum dia a agir como algum desses povos). Por quê? Bem, sempre que eu vejo um argumento desses, jamais vejo povos como os franceses, os italianos e os espanhóis sendo listado como exemplo. E nem sombra dos portugueses. O que esses quatro povos têm em comum? Todos são latinos. E o que isso tem a ver conosco? Um deles nos dominou por mais de 300 anos (para depois nos tornarmos "independentes" e governados por uma família oriunda deste mesmo país por mais uns 77 anos), outro exerceu sua influência aqui e um terceiro teve vários dos seus imigrando para cá. Tanta presença com certeza moldou nosso caráter, nossa personalidade enquanto povo e enquanto nação, o Brasil pode ser sim considerado também um país latino, dada a presença deles em nossa história. E os latinos tem por características serem passionais, mais indisciplinados, (talvez) mais sujeitos a corrupção, displicentes e menos produtivos. Também não vemos muitos nomes latinos associados a descobertas científicas ou a empreendimentos de sucesso, o fato é que ambas essas características não nos marcam, talvez em decorrência da forte influência da Igreja Católica (que condenava a usura e perseguiu implacavelmente os cientistas na Idade Média) nos países latinos, especialmente em Portugal, um país que nunca se industrializou enquanto possuía colônias (o ouro nosso, de Minas Gerais, foi gasto pagando dívidas a Inglaterra e com coisas como o estúpido Palácio de Mafra, tido por alguns como o resultado do pagamento de uma promessa feita pelo rei da época [é, amigo...], enquanto poderia ter sido usado para industrializar a nação mais tarde). A colonização que recebemos de Portugal também foi diferente daquela recebida pelos nossos vizinhos ao norte do continente - o Brasil nunca pode ter indústrias enquanto foi colônia, nem universidades, e a impressão de livros só passou a ser incentivada com a chegada de Dom João VI aqui em 1808. Em resumo: esse argumento é relativamente válido em meu ponto de vista, mas vejo essas nossas características como uma herança (negativa) da colonização que recebemos e daqueles pelos quais fomos colonizados, e acho que devemos tentar crescer, progredir e se desenvolver apesar disso.
  • "O brasileiro é um bosta alienado, só liga pra celebridades, bbb, futebol, rebolation, axé, funk... ao invés de ver que estão nos roubando no Congresso e subiram os impostos de novo.": Novamente, não posso dizer que isto é uma mentira, se o fizesse, o mentiroso na verdade seria eu. Mas a alienação não é exclusividade nossa, lembre-se de que muitos desses programas dispensáveis nada mais são do que formatos importados de países ditos de primeiro mundo. E rendem lá também, tanto que reality shows de pessoas sem nada a oferecer (Jersey Shore, Keeping Up With The Kardashians) são sucesso nos EUA/Canadá (e com certeza temos exemplos na Europa, mas aí me falta um conhecimento de causa, pesquise você mesmo e depois me diga se não é mesmo o caso).

Terminei esse post nada resumido, para concluir, chego a ideia de que nada é mais característico desse país do que a hipocrisia e o falso moralismo, todos nós (inclusive o próprio que aqui escreve) apresentam isso em algum momento (ou às vezes sempre). Se esse país está ruim, nós mesmos fazemos ele acontecer, e só mudando a si próprio o tornaremos em algo diferente, se eu, você, e todo mundo vamos de fato fazer isso, já são outros quinhentos (por sermos brasileiros, aposto que a resposta é "não" para todos os casos, "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço" deveria substituir "ordem e progresso" na bandeira...)

Só pra concluir, não sou nacionalista/patriota/ufanista, bem pelo contrário, não tenho orgulho e ser brasileiro, e acho que não teria orgulho de ser de lugar algum, acho nacionalismo uma puta babaquice e perda de tempo, que nunca a leva a coisas boas. Ainda assim, me irrita o "complexo de vira-lata" apresentado por algumas pessoas aqui, o Brasil não é o pior país do mundo, nós podemos sim ser melhores que os outros em algum(ns) aspectos, por que não? Pensem positivo não que eu faça isso ou que isso adiante em alguma coisa, talvez a gente viva pra ver essa mentalidade mudar e esse país se tornar um pouco melhor.

domingo, 6 de março de 2011

Considerações Sobre Música (parte II)

Continuando a épica saga série sobre música, onde a primeira foi meio que uma longa intro filosofada, cheguei enfim a questão que queria: Se o que é música e o que não é pode ser uma questão puramente subjetiva, o que é bom e o que não é?

O conceito de música, creio, é algo completamente subjetivo, o que é música pra um, não passa de merda, de ruído, pra outros tantos. É só ver, todos aqueles vídeos citados no post anterior sobre música. Se pelo menos um daqueles vídeos que postei podem não ter te agradado, pode ter certeza que alguém gostou do mesmo, e que algum dos que você eventualmente tenha gostado foi odiado por uma outra pessoa. Enfim, música tá longe de ser um troço unânime, provavelmente nenhuma música é adorada por todas pessoas, e isso é normal mesmo. Tem gente que acha que metal (e até mesmo rock) é só uma barulheira sem sentido, e que não é preciso qualquer talento ou saber cantar para tocar nesse estilo. Com certeza muita gente vai assinar embaixo desse pensamento, outras vão discordar e algumas ficarão indignadas e com vontade de xingar quem disser isso em algum momento. Me identifico mais com a segunda ali que citei, e, embora creia que a opinião de que esse gênero não exija talento seja resultante de falta de conhecimento a respeito mesmo (se algumas são de fato barulheira [o que também pode não passar de opinião minha], outras são bastante melódicas e algumas podem ser bastante complexas [não sou fã desse cara, mas fica o exemplo] de tocar), isso aí pode ser só opinião minha. E de todo modo, já refleti muitas vezes a respeito disso, e o que vou falar agora pode servir de auto-crítica para você, metaleiro fanático (e que fica indignado ao ser chamado assim, ressalatando que o certo é rédibenguer headbanger) que acha que tudo que não é metal (e deste ele conhece poucas bandas) não presta: será que toda vez que criticamos algum estilo que não gostamos, não estaríamos demonstrando falta de conhecimento? De repente várias coisas liricamente pobres que nos deparamos quase todos os dias (involuntariamente) sejam instrumentalmente ricas, de repente aquela música/banda/estilo que jurávamos não durar mais que 6 meses está já há anos na estrada com um público fiel, de repente aquela banda que foi tão bem falada no início simplesmente sumiu.

E do final desse último parágrafo poderia partir uma segunda reflexão aqui, o que torna certas bandas eternas e outras nuvens passageiras? Porque bandas que nem existem mais seguem fazendo novos fãs, enquanto outras que já estiveram na mídia sumiram, e estão desesperadas para entrar em evidência de novo?

Bom, a resposta disso pode não ser tão simples e rápida, mas resumidamente, acho que tudo é questão da banda/música/gênero em questão mostrar uma personalidade, e assim angariar um número razoável de seguidores, seguidores com personalidade (e aí desconto, obviamente, aqueles que só ouvem o que está no rádio, nada contra quem se guia por ali, quero falar de quem ouve o que está no rádio quando está no rádio, aqueles que abandonam uma banda/estilo/gênero tão logo gravadora, empresário e produtor se cansam de pagar jabá e as rádios tiram as músicas de circulação, por deixarwm de ser intere$$antes mu$i¢almente aham, claro), isto é. Uma banda que consegue isso, faz por merecer, e sucesso e reconhecimento prolongado virão como consequências naturais. Por mais que não goste de todas as bandas que conseguiram isso (para exemplificar, não sou chegado em KISS, nem em grande parte dessas bandas de hard rock, afora alguns tantos gêneros, como pagode, forró, sertanejo, funk carioca e aí vamos indo), reconheço o mérito de quem o alcançou, que certamente o fez por mostrar ter valor para alguém, com aquilo, por pior que você considere, alguém se identificou e passou a gostar, e assim aquilo se mostrou duradouro, apesar do seu (e eventualmente do meu) desgosto.

Resumindo, música é tudo aquilo que você ouve e te agrada, aquilo melódico ou não, cantado ou não. Enfim, música é todo aquele som agradável aos sentidos de quem escuta. O conceito de música está na mente de cada um de nós e somente nós próprios podemos julgar corretamente o que é e o que não é música, o que é e o que não é bom. Só nós podemos dizer isso para nós mesmos (e para mais ninguém, ainda que concordemos muitas vezes com outros sobre um mesmo tipo de música) e assim deveríamos sempre julgar, de um modo independente.

Enfim, era isso que tinha para dizer, gostaria que lembrassem dessa reflexão ao lerem qualquer crítica ou coisa parecida, querendo ressaltar aqui que embora esses dois últimos posts falem sobre música, poderiam se aplicar a qualquer coisa onde opinião está envolvida. Também queria dizer que, claro, isso tudo que falei pode estar errado, minha opinião pode ser errônea, e esse julgamento cabe a você, que conseguiu ler esses dois textos extensos.

Era isso, até uma próxima.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Algumas Considerações Sobre Música (parte I)

Bom, depois de quase um mês sem escrever nada por pura preguiça (já que ideias eu tenho algumas pra escrever e até então estava de férias) e decidi voltar com esse assunto bem óbvio e fácil de se escrever sobre. Assuntos menos previsíveis, tentarei mais tarde (ou não). Ok, vamo lá com o post então.

A música é a mais ubíqua, a mais universal das artes. Muitas pessoas jamais leem qualquer obra literária e uma grande parte das demais leem pouquíssimo (eu incluso nisso), artes visuais (pintura, escultura, teatro) também são pouco acompanhadas - e às vezes até odiadas (especialmente as formas mais modernas, contemporâneas dessa arte) - pelo público em geral. O cinema é provavelmente a forma de arte mais próxima no número de pessoas que gostam e acompanham, mas a música é maior delas. Poucas pessoas, por menos ecléticas que sejam, não gostam de alguma música. A música está presente na vida das pessoas nas mais diversas situações é quase onipresente.

Mas afinal, o que é música?

Difícil dizer, aí está um desses conceitos que nos deparamos com frequentemente mas não sabemos ao exato defini-la. Talvez dê para falarmos o que ela é e tem que ter:

  • A música tem que ter uma voz, tem que ter alguém pra cantar. Não. Essa botei só pra constar, evidentemente nem sempre uma letra, um(a) vocalista é algo necessário. Várias músicas por não têm vocal (botei só umas poucas aqui porque realmente não conheço muitas), havendo inclusive bandas inteiramente instrumentais (só citando uma aqui).
  • Ok, mas havendo vocal, tem que haver uma letra. Também não (não recomendo essa segunda).
  • Tá, mas tendo letra tem que fazer sentido, é preciso entender o que o artista está passando. Também é desnecesário.
  • Certo, mas a letra tem que ser ao menos inteligível. Não, não mesmo (suponho que a primeira aqui tambem sirva pras duas acima).
  • Tudo bem, mas o vocalista, é sempre um humano NÃO É?  Não, não é (juro).
  • Mas a música sempre tem que demonstrar habilidade, tem que ser algo difícil de se reproduzir. Claro que não.
  • Certo, mas música tem que ser algo diferente, original, nunca antes feito. Infelizmente não.
  • OK OK! Ok, ok, mas os instrumentos musicais são imprescindíveis, não?  Não, (nota: os "instrumentos" aqui também foram "cantados") isso até tem nome (a capella, o segundo é um estilo específico porém, barbershop quartet).
  •  Caramba, tudo bem, mas a música COM CERTEZA é uma combinação de sons que juntos são harmônicos. Não necessariamente.
  • PORRA! Música pode não ser nada disso então, mas MÚSICA QUE É MÚSICA TEM QUE PRESTAR! NÉ? SEU BOSTA!  Creio que sim. A música que ouvimos voluntariamente, por vontade própria, mais de uma vez, tem que ser algo de que gostamos (ou talvez escutemos por gosto por sofrer mesmo). Mas isso só já leva a outras reflexões, só derivadas disso: O que é música boa? Como ela se torna assim? Por quê? O que é então ruim? O que distingue uma música, estilo ou banda efêmera daquelas que ainda serão lembradas daqui a décadas? Bom, chegarei nisso numa próxima, num post em breve, já que este aqui já está bem extenso.


Até lá.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tea Party

Tea Party discutindo maneiras de conter o $o¢iali$mo de Obama.

Já faz um tempo que eu acompanho o que acontece nos Estados Unidos. Sei lá o porquê, provavelmente porque já morei lá, há alguns anos atrás, e desde que retornei pra cá, tenho vontade de morar lá de novo.

Os EUA têm, como você já deve saber, muitos, MUITOS problemas: Muita violência nas periferias, uma "democracia" que não permite uma verdadeira mudança (temos, de facto apenas dois partidos, e os demais não tem chance de eleger alguém), é um lugar onde os pobres geralmente morrem pobres, o sistema de saúde é ineficiente e caríssimo (os mais pobres tem seguro do Estado, aos demais, só com uma seguradora privada, que muitas vezes nega pagar tratamentos, mesmo que a vida do [suposto] assegurado esteja em jogo), quase nenhuma lei no quesito das armas, onde qualquer lunático pode obter uma (daí as notícias de americanos que vão a rua, atiram em tudo que veem pela frente e depois se matam) e as constantes guerras.

Como dá pra ver pelo pequeno e resumido segundo parágrafo, esse país tem sim, muitos problemas.

Mas o que diabos isso tem a ver com a porra do Tea Party seu merda?

Easy, o Tea Party é um exemplo extremo dos grupos nos EUA que trabalham para que esses problemas todos jamais sejam resolvidos. Dentre esses, podemos citar a National Rifle Association, o Partido Republicano (um dos dois partidos do país) em sua quase totalidade, uma boa quantidade de membros do Partido Democrata (o outro dos dois) e a Fox News que tem em seu "cast" o idiota ilustre Glenn Beck, considerado um dos fundadores do "movimento":

  Opa, errei a foto.

Agora sim:
Glenn Beck ao descobrir que pessoas acreditam nele.

Este comentarista político, juntamente com Sarah Palin, aquela que foi vice do McCain em 2008, são, duas vozes importantes desse movimento.

 Sarah Palin ao encontrar um democrata na rua.

 Tá, mas o que esse Tea Party propõe, quando ele surgiu, por que é ruim?

Bom, é um movimento consevador radical, que surgiu pouco depois da posse de Obama, contra suas medidas de recuperação econômica , e, posteriormente, contra QUALQUER MERDA vinda da situação. As duas mais expressivas: As medidas para acabar com a crise econômica e a reforma da saúde, que pretendia oferecer um seguro estatal de saúde a população (dando uma outra opção de acesso a saúde). A primeira (um conjunto de medidas) foi passada pela ampla maioria democrata no congresso (e a economia ainda engatinha para se recuperar), já a segunda (por incompetência da situação) foi passada recentemente, mas com tantas mudanças que se tornou praticamente inócua (o tal plano estatal não saiu, as seguradoras agora não podem NA TEORIA negar cobertura, mas se o fizerem, só terão de pagar uma multinha, que, recorrendo a ju$ti$$a, periga nem ser paga).
 
 Alguns  dos (simplórios) argumentos dos teabaggers contra tais medidas:


  • As medidas de recuperação da economia significam uma intervenção do Estado no sistema financeiro, isso vai levar ao socialismo.
  • A reforma da saúde é "medicina socializada" (tentando inferir socialismo) e vai criar "paineis da morte" que decidirão quem recebe tratamento e quem não o terá (já é feito HÁ ANOS pelas seguradoras, coisas que eles ESTRANHAMENTE não gostam de relevar). O que é socialista (e também fascista [logo nazista]).









  •  Obama é socialista

  
  • E também nazista.
 
  • Obama não é americano.
 Ainda tem, o argumento hors concours, usado pelos dois lados, mas especialmente pela direita (se é que dá pra chamar os outros de esquerda) para manipular o povão com facilidade de que qualquercoisa é contra/vai nos tirar "our freedom" ou de que outracoisa é essencial "to defend our freedom" ou ainda que alguma guerra em algum país inócuo que nunca ameaçou os Estados Unidos (Iraque) "will bring freedom to the randompaís people".

Freedom, que em inglês, caso você não saiba que burro, dá zero pra ele, significa "liberdade" seria uma espécie de especial dos reacionários - qualquer coisa almejada pelo lado direito da força pode ser justificada na base da defesa da freedom, inclusive coisas que atentem diretamente CONTRA ela (como o patriot act) e coisas inócuas para tal, como a invasão do Iraque, apoiada nisso e numas tais weapons of destruction, iraquianas que jamais foram encontradas. Enfim, é um argumento simplório, como os demais, mas que também convence muita gente.

Mas até que ponto o tal movimento é influente?

Não sei ao certo. O fracasso da reforma da saúde, a retomada republicana da Câmara dos Deputados americana (e o aumento no número de senadores republicanos) poderia até ser explicada por isso, mas isso é um padrão nos EUA. É esperado que a oposição tente sabotar o governo alheio. E quando as coisas não vão muito bem, a população vota pro outro lado, o governo perde a maioria no Congresso, dificultando o governo (ainda assim, os presidentes geralmente se reelegem). Ainda, os eleitores habituais do partido no poder se decepcionam com o governo e muitos nem saem pra votar (já que o voto lá é facultativo)

Mesmo assim, vários republicanos eleitos não eram os candidatos do Tea Party, sendo mais "moderados" esses eleitos.

A dimensão do problema só vai ser confirmada ano que vem: Se nas primárias republicanas algum lunático do movimento vencer, quero crer que obama se reeleja, custo a crer que os lunáticos nos EUA estajam em tão bom número, para influenciar no mundo inteiro.


Ou não, aí....


Fodeu.



    

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ensaio sobre a moda

Moda. Esse assunto infame, que provoca opiniões bem distintas. Há quem goste, há quem não goste. Há quem goste de seguir estritamente a moda, há quem se embrenhe por caminhos mais alternativos e há quem simplesmente não dê a mínima. Não sei se consigo me enquadrar especificamente em alguma dessas três situações. Aprecio moda, sem dúvida, mas não é algo que eu tenha vontade de acompanhar o tempo todo.
Apenas embelezando o post.

De volta ao post. A moda, ironicamente, é algo que já não está tão na moda assim, tendo sido substituída por algo de apelo mais popular, porém mais genérico, mais inexpressivo: falo do sertanejo-pop que assola nossas rádios, como a infame rádio local Alegria ("A rádio do coração", atualmente na frequência 89,5 MHz FM). A boa moda é algo feito mais do coração, com mais lirismo e sentimentalismo e outros "ismos" do que o sertanejo. Ouça.


Sente-se a profunda emoção dos cantantes ao falar de seu amado Rio de Piracicaba. Algo que não se vê em canções mela-cueca como as do nerd no armário Luan Santana ("você é raio de saudade/meteoro da paixão", sinta a influência de RPGs nessa frase, sem falar que ele assume ler Tolkien, mais nerd impossível).
Também nota-se mais originalidade, nem todas as músicas precisam ser sobre o par de chifres na sua testa. Para os gênios da moda da viola, o campo lírico é muito mais extenso, indo de rios de lágrimas de Piracicaba até obras controversas e originais, como esta maravilhosa releitura rural do clássico de Bram Stoker, cortesia da dupla Conde e Drácula.

http://www.youtube.com/watch?v=VYtIAF-ghiw

Ouça, aprecie os maravilhosos efeitos eletrônicos e a atmosfera rural-transilvânica que eles adicionam à moda. Tudo isso é apenas o fundo para o desenrolar desta história fascinante e original. Que prazer é para meus ouvidos deleitar-me ao som desses ícones da música brasileira. Encerro aqui meu apaixonado post sobre este gênero musical infelizmente tão esquecido nos dias de hoje. Ressalto que continuarei a postar sobre a moda de viola, com as postagens sempre no marcador moda.



(Apenas introduzindo-me (sem malícia), sou Eduardo, o outro cara que vai postar neste ilustre blog.)
PS: sim, sei que dá para colocar a telinha de vídeo ali, não coloquei pra não estragar a maravilhosa (ou não) brincadeira com moda fashion e moda de viola.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Crítica oca (a.k.a. Trollagem)

Antes de mais nada, as críticas a ser ditas neste post não visam ser pessoais, mas sim ao simples comportamento apresetado. E o exemplo (pessoa) citado a seguir podia ser qualquer outro, mas escolhi este porque creio que seja o mais acessível a todos. Sem mais delongas agora...

Há não muito tempo atrás, eram muito comentados os vídeos do Felipe Neto, aquele do "Não Faz Sentido", cada vídeo do cara ganhava algumas centenas de milhares de visualizações e uns muitos comentários. O cara virou assunto (uma modinha, como o próprio já falou em um ou dois vídeos), ganhou prêmio, ganhou programa na tv (o qual não sei se segue mais ou menos o mesmo formato dos vídeos, porque até hoje não cheguei a ver, então não vou entrar no mérito de julgar), ficou conhecido, e, de uns tempos pra cá, parou de postar no youtube (nem tanto tempo assim, mas perdeu a frequência já há bastante).
Por quê? Não vou aqui adivinhar o que foi, nem julgar o cara por causa disso, talvez ele tenha perdido a vontade de postar coisa nova lá (o que acho perfeitamente válido), talvez seja em decorrência do programa agora na tv (e esse já deve ter rendido muito "AFF FELIPE NETO SE VENDEU" e derivados) mas acho que a razão foi simplesmente falta de assunto.

Mas não há mais nada pra se falar?

Existe sim, mas não muito para a abordagem por ele e por muitos outros usada. O formato adotado naqueles vídeos dificilmente pode durar muito tempo. Por quê? Porque é muito difícil usar a crítica oca, o xingamento gratuito (PORRA mas isso aí é uma MERDA quem gosta disso é RETARDADO e tem que TOMAR NO CU, SE FUDER) pra qualquer assunto, é difícil se estender, seja na fala, seja na escrita, embasado apenas em xingamentos e coisas que todos aqueles que criticam a algo já ouviram alguma vez [tipo, "quem é fanática por crepúsculo/restart/hori/justin biba bieber tem 10-16 (forcei o limite, acho, ESPERO) e é virgem" (acrescido de PORRAs e CARALHOs no meio e pronunciado MAIS OU MENOS NESSE TOM)" não é nenhum argumento que alguém vá ouvir e dizer "bah, é mesmo. Eu nunca tinha pensado nisso"]. As críticas assim geralmente não vão além de assuntos como os do exemplo ali de cima: Assuntos já demasiadamente discutidos por outras pessoas e que são desaprovados por uma parcela significativa, mas não são tão polêmicos assim e que, vamos combinar, não são lá muito relevantes e do qual parcela maior das pessoas resolve simplesmente ignorar; fazendo-se isso (como já falei antes) com argumentos já conhecidos. Quer dizer, QUEM FAZ ISSO É UM PORRA DE UM IMBECIL E TEM QUE IR PRA PUTA QUE PARIU, BANDO DE IDIOTAS, VÃO SE FUDE SEUS RETARDADOS, SÓ FALAM O QUE AS PESSOAS JÁ SABEM E SÓ FALAM DE COISA IDIOTA E SÃO IMBECIS E TEM QUE SE FUDE, QUEM GOSTA DISSO É VIRGEM E VIADO E NÃO GOSTA DE MULHER E POR ISSO TEM QUE SE FUDER MAIS, OU MELHOR MENOS, PORQUE É DISSO QUE ELES GOSTAM ENTÃO NÃO VÃO SE FUDER, SEUS IMBECIS.
  
Sete linhas. Não mais do que isso foi o que consegui usando a "crítica oca" anteriormente abordada, naturalmente pode-se ver o quanto conteúdo algo assim geralmente (não) tem.

...

Agora sério, quem não entendeu a ironia ali da frase em caps tem que se fuder mesmo, really pessoal, vamos acordar pra vida.

...

Antes que alguém diga o contrário, (ou não) também acho uma porcaria  coisas como crepúsculo/restart/cine/qlqbandinhacomercialmerdapoprickbonadioassembled/pagode/funk carioca/sertanojo/hip hop (que pra mim é um troço bem diferente daquele rap mais antigo, tipo public enemy)/etc mas elas não tem me irritado mais tanto quanto abrir QUALQUER vídeo de rock/metal no youtube [mesmo os de bandas de merda como manowar, nickelback e bandinhas hair metal anos 80 e os de bandas que não são tudo isso, tipo kiss (alguém vai apedrejar depois dessa)], - salvo os mais obscuros - e sempre encontrar uma porção significativa de pessoas falando coisas tipo "AFF JUSTIN BIEBER TEM QUE MORRER" "ENQUANTO AS PESSOAS FICAM OUVINDO JUSTIN BIEBER" "NO DIA TAL/TAL/TAL VAMOS INVADIR O VIDEO ALGUMAMERDA DO JUSTIN BIEBER" ou "YOU SAY bandacantorcantorademerda I SAY bandalugarcomumqueasvezestambeméumamerda" e derivados.

O sucesso de porcarias assim também passa por muitas pessoas não gostarem e mesmo assim darem alguma importância a isso [sem falar que quem fica nessa mostra ter a mentalidade (e seguido idade) dos fãs daquilo que criticam, tendo apenas escolhido um caminho melhor (esse mérito ninguém tira) e são os mesmos que escutam hardzão mela-cueca dos anos 80 e te olham torto caso dizes que gosta de alguma coisa tipo, vejamos, red hot chili peppers ou, sei lá, oasis]. As pessoas deviam percebem mais que a cultura pop, que é geralmente uma grande bobagem, não vai ser detida tão facilmente (provavelmente não será impedida de jeito nenhum),e que o melhor (e talvez único) modo de atacá-la é com a indiferença, afinal, algo FABRICADO para chamar as massas, trazer fama, sucesso e, é claro, lucro não sobrevive após começar a ser ignorado e esquecido. É só ver, coisas como menudos, new kids on the block, n'sync, etc, etc. Poucos (pra não dizer ninguém) se lembram dessas coisas e quase ninguém ainda se importa com isso. Enquanto bandas e pessoas como Led Zeppelin, Beatles, Jimi Hendrix, The Doors (e artistas de outros gêneros também, só tô me atendo ao rock porque é aquilo que conheço melhor) são lembrados e ganham fãs até hoje, mesmo sem tocar junto e lançar algo novo há tanto tempo).
......

Por fim, quero dizer que mesmo não sendo muito fã da crítica vazia, do criticar pra xingar de graça, provavelmente eu use isso em breve, se achar cabível pra algum assunto.

.....

Ficou imenso, mas isso faz parte do meu modo de escrever, tentem se acostumar (ou não).

Era isso.

PS: Ok, os argumentos aqui postos também já são meio batidos, mas vou me esforçar na próxima pra por algo mais inesperado. Juro (ou não).

O Começo

Começou a porcaria, ninguém pediu, mas foda-se. Vou começar aqui só esclarecendo algumas coisas, não que isso seja necessário...

- Qual o objetivo deste? Nenhum, tampouco há algum assunto que será focado. Falar-se-á de praticamente qualquer assunto, às vezes num tom mais sério, às vezes na ignorância total.

- Por que começou? Achei que tinha opiniões suficientes pra escrever num espaço desses e tou com muito tempo sobrando.

- Com que frequência se postará. Sei lá, quando tiver algo pra se falar a respeito, e, principalmente, vontade de postar.

- Pra que um post desses? Não sei, vou pedir ajuda pros universitários.

- Que bosta de nome esse? Leia de trás pra frente, se não entender, vá a merda aprender inglês.

Era isso.