segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Tea Party

Tea Party discutindo maneiras de conter o $o¢iali$mo de Obama.

Já faz um tempo que eu acompanho o que acontece nos Estados Unidos. Sei lá o porquê, provavelmente porque já morei lá, há alguns anos atrás, e desde que retornei pra cá, tenho vontade de morar lá de novo.

Os EUA têm, como você já deve saber, muitos, MUITOS problemas: Muita violência nas periferias, uma "democracia" que não permite uma verdadeira mudança (temos, de facto apenas dois partidos, e os demais não tem chance de eleger alguém), é um lugar onde os pobres geralmente morrem pobres, o sistema de saúde é ineficiente e caríssimo (os mais pobres tem seguro do Estado, aos demais, só com uma seguradora privada, que muitas vezes nega pagar tratamentos, mesmo que a vida do [suposto] assegurado esteja em jogo), quase nenhuma lei no quesito das armas, onde qualquer lunático pode obter uma (daí as notícias de americanos que vão a rua, atiram em tudo que veem pela frente e depois se matam) e as constantes guerras.

Como dá pra ver pelo pequeno e resumido segundo parágrafo, esse país tem sim, muitos problemas.

Mas o que diabos isso tem a ver com a porra do Tea Party seu merda?

Easy, o Tea Party é um exemplo extremo dos grupos nos EUA que trabalham para que esses problemas todos jamais sejam resolvidos. Dentre esses, podemos citar a National Rifle Association, o Partido Republicano (um dos dois partidos do país) em sua quase totalidade, uma boa quantidade de membros do Partido Democrata (o outro dos dois) e a Fox News que tem em seu "cast" o idiota ilustre Glenn Beck, considerado um dos fundadores do "movimento":

  Opa, errei a foto.

Agora sim:
Glenn Beck ao descobrir que pessoas acreditam nele.

Este comentarista político, juntamente com Sarah Palin, aquela que foi vice do McCain em 2008, são, duas vozes importantes desse movimento.

 Sarah Palin ao encontrar um democrata na rua.

 Tá, mas o que esse Tea Party propõe, quando ele surgiu, por que é ruim?

Bom, é um movimento consevador radical, que surgiu pouco depois da posse de Obama, contra suas medidas de recuperação econômica , e, posteriormente, contra QUALQUER MERDA vinda da situação. As duas mais expressivas: As medidas para acabar com a crise econômica e a reforma da saúde, que pretendia oferecer um seguro estatal de saúde a população (dando uma outra opção de acesso a saúde). A primeira (um conjunto de medidas) foi passada pela ampla maioria democrata no congresso (e a economia ainda engatinha para se recuperar), já a segunda (por incompetência da situação) foi passada recentemente, mas com tantas mudanças que se tornou praticamente inócua (o tal plano estatal não saiu, as seguradoras agora não podem NA TEORIA negar cobertura, mas se o fizerem, só terão de pagar uma multinha, que, recorrendo a ju$ti$$a, periga nem ser paga).
 
 Alguns  dos (simplórios) argumentos dos teabaggers contra tais medidas:


  • As medidas de recuperação da economia significam uma intervenção do Estado no sistema financeiro, isso vai levar ao socialismo.
  • A reforma da saúde é "medicina socializada" (tentando inferir socialismo) e vai criar "paineis da morte" que decidirão quem recebe tratamento e quem não o terá (já é feito HÁ ANOS pelas seguradoras, coisas que eles ESTRANHAMENTE não gostam de relevar). O que é socialista (e também fascista [logo nazista]).









  •  Obama é socialista

  
  • E também nazista.
 
  • Obama não é americano.
 Ainda tem, o argumento hors concours, usado pelos dois lados, mas especialmente pela direita (se é que dá pra chamar os outros de esquerda) para manipular o povão com facilidade de que qualquercoisa é contra/vai nos tirar "our freedom" ou de que outracoisa é essencial "to defend our freedom" ou ainda que alguma guerra em algum país inócuo que nunca ameaçou os Estados Unidos (Iraque) "will bring freedom to the randompaís people".

Freedom, que em inglês, caso você não saiba que burro, dá zero pra ele, significa "liberdade" seria uma espécie de especial dos reacionários - qualquer coisa almejada pelo lado direito da força pode ser justificada na base da defesa da freedom, inclusive coisas que atentem diretamente CONTRA ela (como o patriot act) e coisas inócuas para tal, como a invasão do Iraque, apoiada nisso e numas tais weapons of destruction, iraquianas que jamais foram encontradas. Enfim, é um argumento simplório, como os demais, mas que também convence muita gente.

Mas até que ponto o tal movimento é influente?

Não sei ao certo. O fracasso da reforma da saúde, a retomada republicana da Câmara dos Deputados americana (e o aumento no número de senadores republicanos) poderia até ser explicada por isso, mas isso é um padrão nos EUA. É esperado que a oposição tente sabotar o governo alheio. E quando as coisas não vão muito bem, a população vota pro outro lado, o governo perde a maioria no Congresso, dificultando o governo (ainda assim, os presidentes geralmente se reelegem). Ainda, os eleitores habituais do partido no poder se decepcionam com o governo e muitos nem saem pra votar (já que o voto lá é facultativo)

Mesmo assim, vários republicanos eleitos não eram os candidatos do Tea Party, sendo mais "moderados" esses eleitos.

A dimensão do problema só vai ser confirmada ano que vem: Se nas primárias republicanas algum lunático do movimento vencer, quero crer que obama se reeleja, custo a crer que os lunáticos nos EUA estajam em tão bom número, para influenciar no mundo inteiro.


Ou não, aí....


Fodeu.



    

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