domingo, 6 de março de 2011

Considerações Sobre Música (parte II)

Continuando a épica saga série sobre música, onde a primeira foi meio que uma longa intro filosofada, cheguei enfim a questão que queria: Se o que é música e o que não é pode ser uma questão puramente subjetiva, o que é bom e o que não é?

O conceito de música, creio, é algo completamente subjetivo, o que é música pra um, não passa de merda, de ruído, pra outros tantos. É só ver, todos aqueles vídeos citados no post anterior sobre música. Se pelo menos um daqueles vídeos que postei podem não ter te agradado, pode ter certeza que alguém gostou do mesmo, e que algum dos que você eventualmente tenha gostado foi odiado por uma outra pessoa. Enfim, música tá longe de ser um troço unânime, provavelmente nenhuma música é adorada por todas pessoas, e isso é normal mesmo. Tem gente que acha que metal (e até mesmo rock) é só uma barulheira sem sentido, e que não é preciso qualquer talento ou saber cantar para tocar nesse estilo. Com certeza muita gente vai assinar embaixo desse pensamento, outras vão discordar e algumas ficarão indignadas e com vontade de xingar quem disser isso em algum momento. Me identifico mais com a segunda ali que citei, e, embora creia que a opinião de que esse gênero não exija talento seja resultante de falta de conhecimento a respeito mesmo (se algumas são de fato barulheira [o que também pode não passar de opinião minha], outras são bastante melódicas e algumas podem ser bastante complexas [não sou fã desse cara, mas fica o exemplo] de tocar), isso aí pode ser só opinião minha. E de todo modo, já refleti muitas vezes a respeito disso, e o que vou falar agora pode servir de auto-crítica para você, metaleiro fanático (e que fica indignado ao ser chamado assim, ressalatando que o certo é rédibenguer headbanger) que acha que tudo que não é metal (e deste ele conhece poucas bandas) não presta: será que toda vez que criticamos algum estilo que não gostamos, não estaríamos demonstrando falta de conhecimento? De repente várias coisas liricamente pobres que nos deparamos quase todos os dias (involuntariamente) sejam instrumentalmente ricas, de repente aquela música/banda/estilo que jurávamos não durar mais que 6 meses está já há anos na estrada com um público fiel, de repente aquela banda que foi tão bem falada no início simplesmente sumiu.

E do final desse último parágrafo poderia partir uma segunda reflexão aqui, o que torna certas bandas eternas e outras nuvens passageiras? Porque bandas que nem existem mais seguem fazendo novos fãs, enquanto outras que já estiveram na mídia sumiram, e estão desesperadas para entrar em evidência de novo?

Bom, a resposta disso pode não ser tão simples e rápida, mas resumidamente, acho que tudo é questão da banda/música/gênero em questão mostrar uma personalidade, e assim angariar um número razoável de seguidores, seguidores com personalidade (e aí desconto, obviamente, aqueles que só ouvem o que está no rádio, nada contra quem se guia por ali, quero falar de quem ouve o que está no rádio quando está no rádio, aqueles que abandonam uma banda/estilo/gênero tão logo gravadora, empresário e produtor se cansam de pagar jabá e as rádios tiram as músicas de circulação, por deixarwm de ser intere$$antes mu$i¢almente aham, claro), isto é. Uma banda que consegue isso, faz por merecer, e sucesso e reconhecimento prolongado virão como consequências naturais. Por mais que não goste de todas as bandas que conseguiram isso (para exemplificar, não sou chegado em KISS, nem em grande parte dessas bandas de hard rock, afora alguns tantos gêneros, como pagode, forró, sertanejo, funk carioca e aí vamos indo), reconheço o mérito de quem o alcançou, que certamente o fez por mostrar ter valor para alguém, com aquilo, por pior que você considere, alguém se identificou e passou a gostar, e assim aquilo se mostrou duradouro, apesar do seu (e eventualmente do meu) desgosto.

Resumindo, música é tudo aquilo que você ouve e te agrada, aquilo melódico ou não, cantado ou não. Enfim, música é todo aquele som agradável aos sentidos de quem escuta. O conceito de música está na mente de cada um de nós e somente nós próprios podemos julgar corretamente o que é e o que não é música, o que é e o que não é bom. Só nós podemos dizer isso para nós mesmos (e para mais ninguém, ainda que concordemos muitas vezes com outros sobre um mesmo tipo de música) e assim deveríamos sempre julgar, de um modo independente.

Enfim, era isso que tinha para dizer, gostaria que lembrassem dessa reflexão ao lerem qualquer crítica ou coisa parecida, querendo ressaltar aqui que embora esses dois últimos posts falem sobre música, poderiam se aplicar a qualquer coisa onde opinião está envolvida. Também queria dizer que, claro, isso tudo que falei pode estar errado, minha opinião pode ser errônea, e esse julgamento cabe a você, que conseguiu ler esses dois textos extensos.

Era isso, até uma próxima.